domingo, 4 de abril de 2010

Turma da Helba em: P.A.punzel parte 2


 

 

Seu marido disse-lhe que se não entregasse a rainha o mataria, mas Herotildes não quis saber e deitou-se. Quando Herotildes dormiu, Crébio raptou sua filha e levou à rainha Clara que o libertou para sempre. Ele voltou infeliz e n’outro dia sua esposa foi ao castelo pegar sua filha. A rainha mandou a seus guardas deceparem a cabeça de Herotildes. Crébio saiu de casa e foi morar numa cidade distante, onde os poderes da rainha não faziam efeito.

 

   Crébio levantou-se da cama e foi ao berço de sua filha dando pequenos passos leves. Curvou-se, apanhou a criança que dormia e cobriu-a com uma manta de lã grossa. Logo após, andou até a porta, abriu-a com cautela para que ela não rangesse e pôs-se à fora. Estremeceu assim que o vento gélido entranhou em sua carne; e apertou a filha, tentando aquecê-la. Uma vez ao lado de fora, deu passados longos e apressados; sempre olhando para trás e para os lados receando que alguém seguisse-o.

   Ele caminhava rápido, porém com dificuldade. Adentrou nas posses do castelo, passou pelo imenso jardim, depois pelas hortaliças e mais tarde entrou num caminho de pedra. Sua monstrinha dormia angelicamente apesar da sua feiura. Ele por sua vez choramingava de infortúnio; não queria entregá-la à rainha. Era ela a única filha que tinha. Esperou por tanto tempo e agora seu sonho acaba por um capricho da rainha. Mas se ele não desse sua filha, ele morria. Crébio continuou a caminhada e entre a escuridão já dava para ver as mais altas torres de pedra do castelo.

   O fim do caminho de pedra dava a entrada do castelo, e prontificados ao portão havia dois guardas vestidos de armaduras de ferro e segurando numa das mãos uma lança. Crébio avistou-os e estremeceu não sabia se por medo dos guardas ou de frio. Provavelmente os dois.

   Vai ficar tudo bem. disse ele à monstrinha dorminhoca.

   Continuou a andar.

   Ora, ora, ora, ora. Se não é o roubador de rabanetes. disse o mesmo guarda que o vira primeiro no dia do roubo dos rabanetes. O que o traz aqui? perguntou com interesse.

   Entregar minha linda filha à rainha. Onde ela está? respondeu o infeliz.

   Hmm. Cumprindo a condição como o mandado. Muito bem.  disse o guarda. Állan, vá chamar a rainha. ordenou.

   Por que tem que ser eu? Vá você! Állan rebateu.

   Anda, anda, anda. Ou quer que eu conte à rainha que não quer prestar-lhe serviço? ameaçou o guarda.

   O.K, O.K.

   Não demore. Idiota. pensou o guarda. Ele aproximou-se de Crébio e curvou-se para ver o nenê. Linda? She’s a hideous! Ela é horrorosa. A monster! Um monstro. Sério, agradeça à rainha por ter livrado-te deste peso. As pessoas apontariam e ririam dela, coitada. disse hilariamente.

   Não diga isso. Ela é importante pra mim... e para Herotildes.

   É, mas não tem volta. Ela é da rainha agora.

   Eu sei.

   Levou pouco mais de meia hora para que Állan voltasse.

   Quanta demora! disse o guarda.

   Eu me perdi três vezes. explicou.

   Bem a sua cara. implicou o guarda (sem nome). O que a rainha disse?

   Que é para você entregar a menina pra mim e que você está livre.

    Crébio entregou a filha com dificuldade. E disse-lhe que tudo ia dar certo.

   Agora podes voltar a sua casa.

   Crébio voltou. Repassou pelo caminho, pelo jardim e hortaliças e saiu das posses da rainha. Abriu a porta com cuidado, retirou as botinas e deitou-se vagarosamente. Dormiu.

   Ao amanhecer Herotildes levantou-se para amamentar sua nenê. Andou até o berço, curvou-se e...

   Crébio, raptaram nossa filha. gritou ela desesprada. E correu ao marido, que fingia dormir. Crébio, acorda. Roubaram nossa filha. Temos que fazer alguma.

   Crébio levantou e fingiu não ter ouvido nenhuma palavra.

   Hã?! O que aconteceu? fingiu estar sonolento.

   Crébio, raptaram nossa filha. Precisamos procurar por ela.

   Crébio ficou sério.

   Ela não foi raptada.

   Não?! Então onde ela está? Onde você a colocou? perguntou anciosa.

   Eu... e-eu... Crébio não conseguia. Começara um choro de remorso.

   Responda Crébio! ordenou sua esposa.

   A... a r-rainha...

   “Seu marido disse-lhe que se não entregasse a rainha o mataria, mas Herotildes não quis saber e deitou-se.” ela lembrou.

   Não! Você não fez isso. gritava ela.

   Crébio continuou calado aos choros.

   Você é um monstro! Herotildes gritou com Crébio, logo, ela deu-lhe um tapa na face dele.

   Herotildes... ia dizendo ele. Tentou se aproximar dela.

   Não encoste em mim. Estou com nojo de você. Vá embora, agora! ordenou ela aos berros. Tentarei resgatar a minha filha. disse tristemente e saiu da casa.

   Herotildes foi ao castelo.

   Crébio saiu de casa e foi para um lugar onde as forças da rainha não faziam efeito.

 

   Herotildes passou pelo jardim, pelas hortaliças e pelo caminho de pedras. Avistou os guardas e foi logo dizendo aos berros.

   Devolvam a minha nenê!

   Quem és tu? Quem pensas que és? Plebeia! disse o guarda (o primeiro que vira Crébio furtando).

   Sou a mãe da criança e a quero novamente. Chame a rainha. ela ordenou.

   Calada! Állan, segure-a, retardado. o guarda ordenou a Állan. Zeroberto, Humberto e Doisberto, chamem a rainha e diga que há uma louca querendo a monstrinha de volta.

   Os três “Berto” retiraram-se.

   You’re fuckeda! (erro proposital). disse o guarda.

Tempo.

   MALDIÇÃÃÃÃO! gritou a rainha em algum lugar do castelo fazendo com que todos ouvissem.

   Hahaha. Eu disse, ela está furiosa. continuou o guarda.

Tempo.

   Logo os três “Bertos” voltaram.

   Puxa, ela está furiosa. Não queria estar na sua pele. disse o Doisberto.

   Meia hora depois a rainha aparece em seu vestido e maquiagem mórbidas.

   Quem ousas atrapalhar o meu sono. disse Clara alto, claro e pausadamente.

   Ela, Vossa Majestade.

   Os guardas curvaram-se e reverenciaram a rainha.

   Herotildes parecia uma fúria. Estava a ponto de avançar no pescoço da rainha.

   Curve-se! ordenou o guarda.

   Curvar-me-ia, se não tivesse sendo segurada. disse Herotildes.

   Os guardas caíram na dela e assim que a soltaram, ela avançou no pescoço da rainha. Ambas caíram no chão.

   Dê-me a minha filha. Ou eu mato-te. gritou Harotildes esbofeteando a rainha.

   Guardas, retirem-na de cima da mim. Imprestáveis.

   Os guardas avançaram e retiraram a louca mãe de cima da bruxa-rainha, que levantou-se recomponde-se.

   Levem-na daqui e cortem-na a cabeça.

   Os guardas levaram Herotildes, arrastando-a.

   A rainha virou-se e entrou no castelo. Subiu as escadas e entou num quarto mal-iluminado, onde a pequena criança feia dormia angelicalmente.

   Sua mãe veio aqui, mas mandei cortarem-na a cabeça. Você é minha agora. Amarei e cuidarei como se nascesses do meu ventre. disse a rainha docemente. Dar-te-ei o nome de P.A.punzel.

 

   Durante doze anos Clara amara P.A.punzel deveras. Passeara com ela pelos arredores do castelo e às vezes pelo centro da cidade. Ensinara-lhe os nomes das coisas: dos números, substantivos, adjetivos. Contara-lhe histórias antes de dormir. Cantara-lhe músicas durante suas brincadeiras. Dera-lhe amor verdadeiro por um tempo. Havia uma coisa que Clara morria de nojo: as pernas cabeludas da pseudofilha; elas deveriam ser cortadas, raspadas, aparadas quinzenalmente. E isso foi deixando a rainha desgostosa, raivosa e por fim odiosa.

   Ao completar doze anos, P.A.punzel foi jogada na torre mais alta do castelo, ficando isolada de tudo e de todos.

4 comentários:

Clara disse...

Momento Állan, adorei!
Zeroberto, Humberto e Doisberto. Os três bertinhos.
Enfim, o conto está ficando mara! Ri muito.
Estou esperando a próxima parte. Vê se não demora pra postar, Crébio. U_U

Caíque Gomez disse...

Momento Állan. -risos.
A terceira parte ainda estou escrevendo.
Putz, tá ficando grande.
Essa segunda parte deu 5 páginas A4 no word.
A terceira parte já tá na sétima página. Provavelmete a história não termine na terceira parte e sim na quarta. Daí será quase um best-seller. #fato. ASHUHAUSAUSHAS

Heitor disse...

Tio Crébio :D , Tah F-O-D-A.
Parece que não serão só 3 partes neh?!
Poste logo, curiosidade mata xD. #Facto

Anônimo disse...

Pow... uhahuahuahuahuahuahuahua Estou adorando!!!
E os Três bertos tem algo haver com meu rio da ultima aula?? Rio Berto e Sullymões?? uhahuahuauhahua

Bjins, Jeny

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