A BATALHA FINAL
CENTENAS DE ANOS ANTES.
Era época de páscoa quando Julies estava com saquinho de bombons na mão prestes a jogar para os mortais, na terra. Atrás da deusa-superior, Thyanas corria com as mãos a frente pedindo os bombons:
− Julies, Julies, dá-me os bombons. Não dê nada a esses mortais pecadores. – implorou ela.
− Não! – gritou Julies. – Você já comeu bombons demais. Desse jeito tu explodes!
− Mas eu quero. – continuou Thyanas.
− Já disse que não! Agora, pare de me seguir. Você está parecendo com o Pac Man. – disse Julies.
Thyanas não entendeu o que era (o que seria) Pac Man, e nem quis saber. O que ela queria mesmo eram os bombons.
− NÃÃÃÃÃÃO! – gritou Julies lançando Thyanas longe.
Julies lançou os bombons a terra deixando o povo feliz.
Mas quem não estava nada feliz era a deusa Thyanas, que estava assistindo à felicidade das pessoas lá embaixo.
− Eles me pagam. – sussurrou ela. – Os deuses e essas pessoas. Todos eles.
Toninhus escutara Thyanas ameaçando e expulsou-a de God’s House.
CENTENAS DE ANOS DEPOIS
− Os nossos guerreiros conseguiram passar pelos seus caminhos. Todos. Fizemos o certo quando o escolhemos. Sinto-me orgulhosa. – disse Julies aos outros deuses.
− Agora eles vão enfrentar o mais difícil: entrar no Castelo Negro e capturar Pedro Augusto. E se Thyanas descobrir? Não devemos intervir? – perguntou Toninhus.
− Não podemos ir até lá. Ela protegeu seu castelo com feitiços antideuses, por isso que só os guerreiros, que são humanos, podem entrar. − respondeu Julies.
− Mas você disse que desconfia de que... – ia dizendo Maurus.
− De que quando os guerreiros entrassem o feitiço de proteção poderá se extinguir. – completou Julies. – Mas ainda não temos certeza. Deixemos que os guerreiros avancem sozinhos.
ENQUANTO ISSO OS GUERREIROS SAÍAM DE SUAS ÁREAS.
As Montanhas Gélidas, O Grande Deserto e a Floresta Negra se mesclaram e os guerreiros, ao mesmo tempo, apareceram.
Assim que se viram, se abraçaram.
− Gente, vocês não sabe da novidade! – exclamou Matola.
− O quê? O quê? – Helba perguntou ansiosa.
− Eu e Hei...
− Não temos tempo pra isso, Matheus. – interrompeu Heitor. – E aí, o que aconteceu no lugar que vocês estavam? – perguntou.
Amanda e Helba contaram da coragem que Állan teve e o sucesso deste ao derrotar o Abominável Homem das Neves.
− Sério? – todos perguntaram ao mesmo tempo.
− Sempre o mesmo tom de surpresa. – disse Állan.
Caíque e Clara também contaram o que eles passaram.
− A Clara mijou e queria comer o calango com a mão mijada... – disse Caíque.
Logo, foram a vez de Heitor e Matheus.
Por mais que Matheus tentasse falar o que rolou, ou quase, entre ele e Heitor, Heitor interrompia-o.
− Matheus queria ficar e dar pros Pênis Lança-leite. – disse Heitor em tom de negação enquanto os outros riam.
− Agora eu posso dar pra você. – Matola sussurrou no ouvido Heitor para que ninguém ouvisse. Heitor ficou sem graça.
− A conversa tá muito boa, mas temos que terminar com isso logo. Onde
está o castelo de Thyanas? – disse Amanda.
− Amanda tem razão; temos que continuar. – disse Clara.
E andaram à procura do Castelo Negro.
Não precisaram ir muito longe. O castelo se encontrava logo abaixo da montanha em que estavam. Um castelo negro e arquitetura redonda com várias torres.
− Por que o castelo é meio redondo? – perguntou Helba.
− Ouvi dizer que a Thyanas é gorda. – disse Amanda.
Os guerreiros riram.
− Como vamos entrar? – perguntou Caíque.
− Com aqueles dois guardas no portão será impossível. – respondeu Matola.
− Já sei! – exclamou Caíque.
− Aonde você vai? – gritou Clara.
− Confie em mim! – disse Caíque.
Caíque desceu um pouco o morro, se escondeu atrás de uma pedra, pôs duas flechas no arco, puxou-os para trás e soltou. Os arcos voaram e atingiram os pescoços dos guardas, que caíram agonizando. Caíque voltou e disse aos demais guerreiros.
− Derrubei os dois, agora duas pessoas têm que vestir as roupas deles e entrar no castelo, matar mais cinco guardas e nos chamar. – disse Caíque.
− Tá, e quem vai? – perguntou Állan.
− Você, por ter derrotado o Abominável Homem das Neves e você, Heitor. – disse Caíque com o apoio dos outros.
− Por que eu? – perguntou Heitor.
− Porque você é preto. – disse Caíque.
Os guerreiros riram.
− Tô brincando. – disse Caíque. – Você corre bem.
− Corro?
− Sei lá. Nunca te vi correndo. Mas é você quem vai.
− Toma cuidado, meu negão. – disse Matola. – Vou estar te esperando.
Állan e Heitor foram abraçados pelos demais guerreiros.
− Boa sorte!
Os que ficaram viram Heitor e Állan descer o morro e ficando cada vez mais distantes. Logo, não o viram mais.
Heitor e Állan chegaram ao portão no qual os dois guardas já estavam mortos. Despiram-se e vestiram-se com as roupas dos guardas.
− Esse aqui fede a cu de urubu. – disse Állan.
− Você já deve ter cheirado muito cu de urubu pra saber. – brincou Heitor.
Já prontos, entraram.
Quando passaram pelo portão o que viram foram ruas e casas. Parecia uma pequena cidade. Havia carroças, pessoas trabalhando e criaturas inimagináveis.
− Eu sou inocente, eu sou inocente! – gritava uma mulher sendo arrastada pelos braços por uma criatura de três olhos.
− Isso é o que a deusa Thyanas vai dizer.
O clima era de pura tensão entre os dois guerreiros.
− Temos que achar mais cinco guardas. Mas onde acharemos?
− Ei, vocês dois! – alguém gritou.
− Heitor, acho que é com a gente. Agora eu tô começando a ficar com medo. – disse Állan.
− Fica quieto, Állan. Essa pode ser a oportunidade. – disse Heitor.
Os dois foram até o guarda que os chamaram, num estabelecimento que, curiosamente, só tinha cadeiras e cinco guardas.
− Que foi? – perguntou Heitor engrossando a voz.
− A deusa Thyanas quer que dois guardas vão até ela. – respondeu o guarda.
− E por que não vão vocês? – perguntou Állan.
− Porque é vocês quem vão. – respondeu outro guarda.
− Mas não vamos mesmo. – disse Heitor.
Ele e Állan desembainharam suas espadas e começaram uma luta com os outros guardas. Faíscas saíam de suas lâminas junto com o barulho de metal com metal. Em um golpe, Állan quase perdeu a cabeça, foi pro um triz que conseguira se abaixar antes. Heitor, que parecia mais experiente em pegar numa espada, foi matando um por um dos guardas.
− Oh my Gods! – disse Matola. – Eles estão demorando. Será que estão bem?
− Fica calmo. Eles já devem estar voltando. – Amanda tentou acalmar.
Heitor e Állan arrancaram as roupas dos guardas e saíram batidos.
− Estão velhas, estão velhas! – disse Állan às pessoas que olhavam sem entender nada.
− Cala a boca, seu idiota! Somos guardas, não precisamos dar satisfações às pessoas. Eles nos temem. – disse Heitor.
− Ah tá. – lembrou-se Állan.
Os dois guerreiros saíram da propriedade de Thyanas e subiram o morro.
− Meu negão! – exclamou Matola ao ver seu amado. – Eu estava tão preocupado. Pensei que o pior tivesse acontecido, mas não. Você provou mais uma vez que é o meu herói.
− Obrigado. – disse Heitor.
Os outros assistiram à cena bizarra e nojenta e começaram a desconfiar dos dois, mas ao disseram nada.
Állan pigarreou e disse:
− Trouxemos as roupas. Um pra cada.
Os outros guerreiros se vestiram com a roupa roubada.
− Estamos toscamente parecidos com os guardas. Com exceção do tamanho e da musculatura. Só isso. – disse Caíque.
− Tomara que tenhamos sorte. – disse Helba.
− Vambora. – disse Heitor.
E os guerreiros seguiram para a imensa propriedade da deusa Thyanas.
− Isso aqui mais parece uma cidade. – disse Amanda. – É imenso. Onde será que esse tal de Pedro Augusto está?
− Com certeza deve estar numa daquelas torres. – disse Matola.
− Como pode ter tanta certeza? – perguntou Clara a Matola.
− Eu adoro histórias de princesas. Sempre leio. – Matheus revelou. − Elas sempre são presas em torres. Já leram P.A.punzel? É uma história fantástica. O melhor conto de fadas que existe. A coitada da P.A.punzel fora presa numa torre imensa e sendo mal-tratada pela rainha Clara. Um dia um príncipe subiu pelas tranças das pernas de Punzel. Mas a coitada da Punzel se enganou quando pensou que o príncipe viado a salvaria, mas ele queria apenas saber o nome do guarda que ele vira lá embaixo. A rainha entrou na torre e teve uma luta sangrenta com o príncipe viado, mas foi Punzel quem matou a rainha para salvar o príncipe viado. Mas o príncipe a trancou novamente na torre. Punzel se viu presa novamente, então fora pra janela e começou a cantar. E foi através do seu canto que outro príncipe, P.A., escutou e a salvou e viveram felizes para sempre. – contou Matola com os olhos marejados d’água. – não é linda a história? – perguntou logo depois.
− É, é. Muito linda, mas não temos tempo pra ouvir histórias. – disse Caíque.
− Você não tem coração, Caíque! – exclamou Matola.
− Temos que continuar. Mas como que subiremos às torres? − perguntou Helba.
− Ei, vocês! A rainha precisa de guardas imediatamente à sala dela. – comunicou um guarda (verdadeiro) aos guerreiros.
− Se formos, estaremos mais próximos de encontrar o caminho da torre. – disse Clara.
− Ou não. – disse Amanda.
− Mas temos que arriscar. – disse Heitor.
− Concordo com o meu negão. – disse Matola ao lado de Heitor.
− Então vamos. Seja o que os deuses quiserem. – disse Caíque.
Os guerreiros andaram um pouco até entrarem no castelo. Um castelo escuro e de arquitetura redonda.
− Que cheiro é esse? – perguntou Állan.
− Cheiro de chocolate. – disse Clara. – Espera aí...
Clara andou até a parede, passou o dedo indicador e logo colocou na boca.
− Que sexy. – brincou Caíque.
− É chocolate! – exclamou Clara.
− Quer dizer então que o castelo é feito de chocolate? – perguntou Állan.
− É o que parece. – respondeu Heitor. – Temos que continuar, gente.
E continuaram.
Tudo no castelo era feito de chocolate, as paredes, os tetos, as janelas, as portas, as escadas, tudo.
Os guerreiros subiram as escadas; deduziram que a sala da deusa ficasse no último andar.
− Céus! – exclamou Állan.
− Que foi? – perguntaram os outros guerreiros.
− Olha aquilo. – apontou Állan.
Állan apontou para um quadro que ficava preso à parede. No quadro havia uma pintura da deusa. A deusa Thyanas era mais que gorda, ela era o mundo.
− ÓÓÓÓÓÓÓ. – disseram o os guerreiros.
− Será que é naquela porta? – perguntou Caíque.
− Vamos ver. – disse Clara.
Állan abriu a pesada porta de chocolate. E lá na frente, sentada a um gigante trono, estava a deusa Thyanas, devorando chocolates. A deusa Thyanas, com a boca suja de chocolate, disse aos guerreiros:
− Quanta demora! Mais uma vez e eu mando lhes cortarem a cabeça!
− Desculpa-nos, Vossa Santidade. Prometemos que não faremos mais. – disse Heitor engrossando a voz.
− Vocês estão pequenos demais, magros demais. Tenho que selecionar melhor os meus guardas. Enfim, quero que façam um serviçozinho pra mim. – disse a deusa.
−Pode dizer, Vossa Santidade. – disse Állan.
− Quero que vocês vão à torre mais alta e tragam-me o semideus P.A. (Pedro Augusto) e sua mãe. Fá-los-ei contar-me tudo. – disse a deusa.
− Tudo o quê? – perguntou Helba com a voz grossa.
− Isso não é da sua conta. Andem, vão, vão! – ordenou Thyanas.
Os guerreiros saíram da sala de Thyanas e começaram a procurar pela torre mais alta.
− Não temos ideia de onde fica essa torre. – disse Amanda.
− Mas temos que encontrar. – disse Matola.
Os guerreiros entravam em corredores, subiam e desciam escadas, deparavam-se com guardas, ouviam gritos que vinham detrás das portas, mas não conseguiam encontrar nenhuma torre.
Em frente a uma porta, dois guardas estavam parados.
− Temos que perguntar. – disse Clara.
− Você ficou louca? – perguntou Caíque em vão, pois Clara já estava falando com os outros guardas.
Os guardas explicou o caminho certo e Clara, fingindo ser um guarda superior e mal-educado seguiu em frente. Os outros guerreiros a seguiram. Apressaram-se para alcançá-la; Heitor perguntou:
− E aí? Ele explicou o caminho?
− Sim. − Respondeu Clara. – É só subirmos essa escada e virar à esquerda.
− Ei, esperem. Qual é a nossa missão? – perguntou Caíque.
− Capturar P.A. – responderem os outros.
− Mas não é o que nós estamos fazendo. Nós estamos subindo pra levarmos à rainha. Certo? – disse e os outros confirmaram. – Ela disse que ele e sua mãe terão de contar tudo. E se depois de contar “tudo” ela os matar? Não teremos chance de salvá-los e nossa missão fracassará. Temos que bolar um plano. – disse Caíque.
− Ele tem razão, gente. – disse Amanda. – O que faremos agora?
− É bem simples: – foi dizendo Állan. – é só pegarmos, agirmos de forma normal, sairmos pela porta da frente como se nada tivesse acontecendo.
− Ideia brilhante, Állan. – ironizou Heitor. – e se perguntarem o que estamos fazendo com os dois? – perguntou.
− Dizemos que vamos matá-los. – respondeu Állan.
− Állan pode ter razão, mas... onde que você aprendeu falar o português correto? Pra quem escreveu “impoz” com “z”, você até que tá falando direito. – disse Caíque incrédulo.
− Cala boca, Caíque. Temos coisa mais importante pra fazer do que discutir português e a burrice de Állan. Fracamente! – disse Heitor.
− Meu negão tem razão. – disse Matola alisando a cabeça de Heitor.
− Fica quieto Matola. Você só sabe falar “meu negão”.
− V...
− Calem a boca! – ordenou Clara. – Pensemos num plano.
− Pensei que o meu plano já estava decidido. – disse Állan.
− Vamos ir pelo plano de Állan mesmo. Não temos nada a temer. – disse Heitor.
− Ah não, só temos uma deusa megagorda que pode nos matar com um peteleco. – ironizou Amanda.
− Vamos logo. – disse Matola.
E lá foram os guerreiros. Subiram, temerosos, as escadas e viraram à esquerda. No final do corredor havia uma porta metálica.
− É ali. – sussurrou Állan. – Quem vai na frente?
− Meu negão vai, né, meu negão? – disse Matola.
Heitor confirmou e seguiu. Ele pegou o molho de chaves que ficava pendurado num gancho longe da porta, que fora aberta.
O semideus P.A. e sua mãe levaram um susto e estremeceram de medo.
− Pelo amor dos deuses, não façam nada com a gente. Eu imploro. – implorou a mulher.
− Ei, tô te reconhecendo. – disse Állan. – Você é aquela mulher que perdera o filho e que ainda há pouco estava sendo puxada pelo guarda lá embaixo.
− Ohhhhh, descobriu a Factolândia. – disserem os outros.
− Senhora, não faremos nada de mal com vocês. – disse Helba.
− Não somos guardas da rainha... – disse Clara.
− Somos os guerreiros escolhidos pelos deuses para resgatar P.A.. E agora você também. – disse Caíque.
Os guerreiros tiraram a espécie de “capacete” metálico que os guardas usavam para provar à mulher.
− Viemos salvá-los. – disse Heitor.
− Graças aos deuses! – exclamou a mulher.
− Ah, queria saber como está lá, onde moramos? As pessoas estão bem? – perguntou Clara com expectativa.
A mulher mudou de expressão. De feliz para preocupada.
− O que houve? – perguntou Matola.
− Foi horrível. A deusa Thyanas ordenou aos guardas que me capturassem para ela. E eles destruíram tudo. Eles colocaram fogo nas casas, nos comércios. Em tudo. Eles me acharam e me trouxeram, agora não sei mais como está a situação lá. – a mulher contou.
− Deuses! Como estão nossas famílias? – lamentou-se Clara. – Estou começando a ficar revolts com essa deusa dos inferno. Rapariga!
− Calma, Clara tudo deve estar em agora. – Amanda tentou tranquilizá-la. – Vamos, gente. Temos que ir agora.
Os guerreiros saíram da torre e refizerem o caminho de volta. Eles seguravam P.A. e a mãe de forma que as pessoas que os vissem pensassem que estavam os machucando.
− Esse castelo é muito louco. Feito de chocolate. – debochou Állan.
− Cala boca, Állan. Continue andando. – disse Heitor.
E saíram do castelo.
− Finjam choro. – disse Caíque. – Pra pensarem que estamos te machucando.
E P.A. e mãe fingiram.
− Lembre-se, Állan: não precisamos dar satisfações. – lembrou Heitor.
− Ok, ok. – confirmou Állan.
Tudo estava dando certo pros guerreiros. Estava fácil demais e eles nem ligaram.
− Vossa Santidade, os presos não se encontram mais na prisão, nem em parte alguma do castelo. – disse um guarda à deusa.
− MALDIÇÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!
O berro da deusa pôde ser ouvido por todos.
− Acho que a deusa já sabe! – exclamou Állan.
− É mesmo? Nem sabia. – ironizou Clara.
− Corram! – gritou Heitor.
A deusa pôs a cara na janela e gritou:
− DETENHAM-NOS! FECHEM OS PORTÕES!
Os guardas obedecerem.
Os sete guerreiros, o semideus P.A. e sua mãe foram cercados por guardas e monstros asquerosos.
− Estamos fodidos. – choramingou Állan.
− Não mesmo. – sussurrou Heitor. – Preparem suas armas para a batalha.
Todos os guerreiros se prepararam.
− Quando eu contar até três. UM, DOIS, TRÊS!
Alguns guerreiros desembainharam suas espadas, Caíque apontou seu arco e flecha e Matola sua gilete.
− AGORA! – berrou Heitor.
E os guerreiros foram à luta. Golpeavam os guardas, abaixavam-se para se defender. As faíscas e o tilintar dos metais se mesclavam aos gritos, aos urros de dor e às gargalhadas dos guardas.
− Clara, abaixe-se! – gritou Caíque, que acertara uma flecha no peito esquerdo do guarda que tentara matar Clara.
− Valeu. – agradeceu Clara.
Matola correu pra ajudar seu amado que tentava combater três guardas.
− O meu negão não, trogloditas! – gritou Matola. – GILETE DE ANDRÔMEDA! – e cortou o braço de um dos guardas, que caíra urrando de dor.
Matola balançou a gilete e de sua ponta, pétalas de rosas saíram em direção ao guarda caído, fazendo-o adormecer.
Heitor, experiente em segurar espadas, matou os outros dois guardas que tentavam matá-lo.
− Brigado, Matola. – Heitor agradeceu.
− De nada, môzi. – disse Matola.
Amanda furou a barriga de um. Állan se defendia com a espada e golpeava com o escudo. Caíque atingia com suas flechas. Clara cortava as pernas de outros. Helba ora lançava bola de lã, ora atingia com a espada. E foi desse jeito que os guerreiros mataram os guardas que os cercaram.
Mas aquilo não era sinônimo de vitória. O pior estava por vir.
Centenas de guardas apareceram marchando. O barulho dos pés batendo no chão era apavorante.
− Agora estamos realmente fodidos. – disse Állan.
− Se matamos esses aqui, podemos matar aqueles ali! Pela Factolândia! – berrou Heitor.
− PELA FACTOLÂNDIA! – berrou os outros.
E correram para a morte.
Os guerreiros conseguiram matar os primeiros da fila de guardas, mas foram rendidos rapidamente.
− Me soltem, me soltem. – resistiu Amanda. – Desencoste de mim! Tire essas mãos dos meus braços. Está me machucando!
− Cala boca, branquela! – ordenou. – Agora vocês serão levados à deusa Thyanas.
Mas foi Thyanas que foi ao encontro deles.
− Alinhe-os aqui. – ordenou Thyanas com tom de superioridade.
E os guardas assim fizeram.
− Como ousam entrar no meu castelo? Como ousam roubar P.A. e sua mãe de mim? Como ousam matar os meus guardas? Logo vi que tinha alguma coisa de errado com vocês. Guardas magros e pequenos. Pois saibam: eu estou extremamente com ódio, crianças. Muito ódio. E sabem o que farei com vocês? Matar. – foi dizendo a deusa. – Sim, matar todos vocês. – disse olhando pra Clara, que balançava a cabeça negativamente chorando e dizendo “não” bem baixinho.
“Deuses, nos ajudem. Por favor.” pediu mentalmente Állan.
EM GOD’S HOUSE
Os deuses assistiram à toda luta.
− Julies, esta é a hora de intervir. Thyanas é perigosa. Ela vai matá-los. Julies! – disse Toninhos. – Temos que arriscar e ir salvá-los.
− Você tem razão, Toninhus. Precisamos ir. Agora. – disse Julies.
Os deuses se alinharam um ao lado do outro e voaram à terra. Para ajudar os guerreiros, que estavam prestes a morrer pela deusa Thyanas.
NO CASTELO NEGRO
− Matá-los-ei agora! – exclamou Thyanas.
Thyanas materializou uma espada de ouro cravada de brilhante.
− Agora! – berrou ela.
− Não se for impedida! – uma voz alta estremeceu o castelo.
Thyanas cambaleou (fazendo o chão tremer) para trás ao ver todos os deuses reunidos.
− Julies, Toninhos, etc.? – perguntou, Thyanas, incrédulas.
− SOLTEM OS GUERREIROS AGORA! – berrou Julies.
Seu berro fez os guardas que seguravam os guerreiros voarem.
− Quem é você pra mandar e desmandar no meu castelo? – desafiou Thyanas a Julies.
− Eu sou a deusa-suprema. Quem te colocou no mundo. Sua gorda dos inferno! – disse Julies. – Você é muito baixa mesmo. Virar do mal apenas por eu não ter te dado aqueles bombons. Sabe o que sua inveja lhe rendeu? – disse Julies com firmeza. – Já que você é deusa e deuses não morrem, você ganhou um passagem só de ida pro Mundo das Trevas. E arderá no mármore do inferno!
Julie apontou seu dedão ao chão e abriu um buraco enorme. Deu um grande berro e fez Thyanas cair no buraco. Depois fechou o grande orifício.
A deusa-suprema virou-se para os guerreiros e disse:
− Estamos muito orgulhos de vocês. Todos vocês.
Os guerreiros sorriram satisfeitos.
− Agora, me diz o motivo pelo qual arriscamos nossas vidas pra salvar a vida de um semideus magricela. – pediu Amanda.
− P.A. é filho de Magnus. P.A. é o único semideus. A morte dele seria o fim do nosso mundo, uma vez tendo sangue divino correndo em suas veias, com a morte dele, perderíamos as forças.
Amanda e os demais guerreiros por fim entenderam. Eles não salvaram P.A.. Eles salvaram a Factolândia.
DIAS DEPOIS. JÁ EM CASA.
Assim que chegaram a casa, os guerreiros mataram saudades das famílias. Logo se encontraram de novo.
− Ainda bem que tudo acabou bem, né? – disse Clara.
− É. – responderam os outros.
− Será que algum dia teremos aventuras tão perigosas quanto essa? – perguntou Matola.
− É claro! Afinal, somos a Turma da Helba! – disse Caíque.
Os amigos riram.
− Ah! e a novidade é que eu e Heitor...
− Agora não Matheus. – Heitor interrompeu Matola.
− Quando então? – sussurrou Matola.
− Em outra história, ok? – responde Heitor.
E é assim que acaba esta história. Não dá pra ter certeza se nenhum mal acontecerá, afinal, deuses não morrem.
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APRESENTA:
Uma história de:
Caíque Gomez
De acordo com a aparição:
OS DEUSES
Julie | Julies
Toninho | Toninhus
Luciano | Luluz
Elaine | P.Duraun
Jeniffer | Jennys
Carlos | B.Castorus
Vladmir | Vladimiro
Waldek| Waldeka
Rodrigo | Digaun
Jaqueline | Jaquelains
Ana Maria | Annamariah
Guto | Gutus
Mauro | Maurus
Magno | Magnus
Thyana | Thyanas
OS GUERREIROS
Caíque
Clara
Amanda
Matheus (Matola)
Helba
Állan
Heitor
SEMIDEUS
Pedro Augusto
THE FACTOLAND’S CHRONICLES
2010
[adaptado]
Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há de lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.
[...]
Albert Einstein
[adaptado]
BONS AMIGOS
Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!
Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!
Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!
Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!
Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!
[...]
Machado de Assis
À TURMA DA HELBA um grande obrigado e as minhas mentirosas desculpas.